quarta-feira, 13 de julho de 2011

Peso e altura estão relacionados à renda


Por outro lado, o déficit de peso em 2008-2009 entre as crianças de 5 a 9 anos foi baixo em todas as regiões, oscilando ao redor da média nacional (4%), e o déficit de altura diminuía com o aumento da renda: nos domicílios de menor renda, chegava a 11% para meninos e 9,6% para meninas, contra 3,3% e 2,1%, respectivamente, nos domicílios de maior renda. Esses resultados são coerentes com a progressiva queda da desnutrição infantil observada pela POF ( Pesquisa de Orçamentos familiares).
Em 2008-09, o déficit de altura atingia 6,8% das crianças entre cinco e nove anos, sendo ligeiramente maior em meninos (7,2%) que em meninas (6,3%) e tendendo a diminuir com o avanço da idade. Era maior no Norte (12,2% dos meninos e 10,3% das meninas) e menor no Sul (4,7% e 4,0%, respectivamente). Já o déficit de peso estava presente entre 4,1% das crianças, com pouca variação entre os sexos. Esta distribuição, semelhante à verificada entre as crianças menores de cinco anos, mostra a manutenção do padrão regional de desnutrição infantil nas duas metades da década de 2000.
Ao contrário do observado entre as crianças menores de cinco anos, o déficit de altura tendeu a ser maior no meio rural que no urbano, com destaque negativo no Norte: 16,0% dos meninos e 13,5% das meninas de 5 a 9 anos na região apresentavam déficit de altura (no meio urbano, eram respectivamente de 10,5% e 8,8%). A desigualdade urbano-rural entre as crianças de cinco a nove anos, mas não na faixa de idade anterior, sugere redução das desigualdades sociais na desnutrição infantil entre a primeira e a segunda metades desta década.
A medida de altura é um dos fatores que ajudam a detectar a desnutrição infantil. Os déficits de altura revelam atraso no crescimento linear da criança ocorrido em algum momento, que pode ser desde a gestação, com prevalência nos dois primeiros anos de vida. Portanto, o déficit de altura na faixa etária entre cinco e nove anos na POF 2008-2009 reflete a desnutrição infantil na primeira metade da década de 2000. Observou-se, por exemplo, uma queda expressiva dos 29,3% dos meninos de cinco a nove anos em 1974-75 para 7,2% em 2008-09. Entre as meninas, o índice caiu de 26,7% para 6,3% em 34 anos.
No Nordeste, de 1989 a 2008-09, o déficit de altura caiu de 24,5% para 7,9% em meninos e de 23,6% para 6,9% em meninas, próximo aos índices das regiões Sudeste (6,2% para meninos e 5,3% para meninas) e Centro-Oeste (6,8% para meninos e 7,4% para meninas), mostrando a redução nas desigualdades regionais no crescimento infantil. O mesmo não ocorreu na Região Norte: embora o déficit de altura tenha se reduzido, ele ainda ficou em 12,2% para meninos e 10,3% para meninas.

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